O governo da Venezuela proibiu a mineração de criptomoedas para proteger a rede elétrica do país. A medida foi tomada após uma recente repressão, que resultou no confisco de 2.000 dispositivos de mineração em Maracay, parte de uma iniciativa anticorrupção.

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O Ministério do Poder Popular para Energia Elétrica da Venezuela anunciou planos para desconectar as fazendas de mineração de criptomoedas da rede nacional. O objetivo é regular o consumo excessivo de energia e garantir um fornecimento estável de eletricidade para a população. Além disso, a Associação Nacional de Criptomoedas da Venezuela confirmou a proibição em uma postagem na rede social X, destacando a gravidade da situação.

A decisão do governo ocorre em um contexto de crise energética prolongada no país. A Venezuela enfrenta apagões recorrentes, especialmente desde 2019, que afetam significativamente a vida cotidiana dos cidadãos e a atividade econômica. Dessa forma, a mineração de criptomoedas, uma atividade que demanda grande quantidade de eletricidade, tem sido um dos fatores que sobrecarregam a já debilitada infraestrutura energética do país.

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Os embates da comunidade cripto na Venezuela

Essa não é a primeira ação do governo contra a mineração de criptomoedas. Afinal, em março de 2023, o fornecedor de energia da Venezuela fechou instalações de mineração em todo o país, como parte de investigações de corrupção envolvendo a estatal petrolífera PDVSA. Na época, o procurador-geral Tarek William Saab revelou que funcionários do governo estariam operando atividades petrolíferas paralelas com a assistência do departamento nacional de criptomoedas.

Além disso, a repressão à mineração de criptomoedas faz parte de uma pressão mais ampla contra a corrupção no país. Vários altos funcionários foram presos, incluindo Joselit Ramírez, ex-chefe da Superintendência Nacional de Criptoativos, uma figura central nas acusações de corrupção.

Outros países já tomaram decisões parecidas

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A medida venezuelana segue uma tendência global de regulamentação da mineração de criptomoedas. Países como China e Cazaquistão, por exemplo, também implementaram regras rigorosas ou proibições definitivas devido às altas demandas de eletricidade dessa atividade. No Cazaquistão, em 2023, oito grandes operadores de mineração assinaram uma carta aberta ao presidente Kassym-Jomart Tokayev, reclamando dos altos preços da energia para os mineradores.

Na Venezuela, a situação é parecida. O país tem a necessidade de um fornecimento elétrico confiável e mais estável para suprir a demanda interna. A infraestrutura energética do país está sobrecarregada, e a mineração de criptomoedas apenas agrava a situação.

Para além da crise energética

Apesar de o governo insistir que medidas como a proibição são essenciais para estabilizar o fornecimento nacional de eletricidade, a instabilidade vem de antes. Os apagões frequentes na Venezuela têm raízes profundas. Problemas de manutenção, falta de investimentos e questões de gerenciamento têm contribuído para a crise energética.

No entanto, a mineração de criptomoedas adiciona uma carga significativa à rede elétrica, tornando a situação ainda mais precária. A recente ação do governo é uma tentativa de mitigar esses efeitos e garantir que a população tenha acesso contínuo à eletricidade. Além disso, a repressão à mineração de criptomoedas também está ligada a um esforço mais amplo de combate à corrupção.

A Venezuela tem lutado contra esquemas de corrupção em várias áreas, incluindo o setor energético. A prisão de altos funcionários e o confisco de equipamentos de mineração são partes dessa estratégia. O governo busca restaurar a confiança pública e estabilizar a economia, que tem sido severamente afetada pela corrupção, bloqueios econômicos e pela crise energética.

Source: CriptoFacil

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