Os ETFs à vista de Ethereum (ETH) voltaram a despertar o otimismo do mercado. No entanto, eles enfrentam um obstáculo significativo: a remoção do serviço de staking, responsáveis pela validação dos blocos da rede.
Emissores de ETFs como Fidelity e Ark Investment recentemente abandonam os planos de incluir o staking em seus fundos. A estratégia visa impedir que a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) possa rejeitar os fundos alegando uma suposta violação da lei de valores mobiliários.
Contudo, essa decisão pode diminuir o apelo dos ETFs em comparação com o investimento direto em ETH. Afinal, os ETFs não poderão distribuir dividendos oriundos do staking, por exemplo, enquanto a posse direta de ETH permite o recebimento das recompensas.
Prejuízo ou benefício?
A remoção dos planos de staking dos ETFs pode reduzir sua atratividade para os investidores. O staking é um mecanismo crucial para o Ethereum e outros blockchains de Prova de Participação (PoS), pois é a forma pela qual os blocos da rede são validados.
Em troca dessa validação, os detentores de ETH recebem recompensas para validar transações e proteger a rede. As recompensas são parte da lucratividade do ETH e sua ausência pode prejudicar a adoção dos ETFs.
Sem esta opção, os investidores podem achar os investimentos diretos em Ethereum mais lucrativos e preferir comprar em exchanges do que adquirir os ETFs.
Brian Rudick, estrategista sênior da GSR, destacou o custo de oportunidade imediato de manter Ether por meio de um ETF dos EUA devido à perda de recompensas de staking. Como os ETFs não podem oferecer estas recompensas, os investidores podem preferir comprar Ether diretamente.
As gestoras não tiraram o staking por opção própria, mas sim por temer a posição da SEC sobre o serviço. Como ele permite que os detentores de ETH obtenham rendimento, a SEC avalia que o staking é um valor mobiliário. Por isso, somente instituições regulamentadas poderiam, em tese, oferecer essa opção.
Recentemente, a Kraken pagou US$ 30 milhões para resolver as alegações da SEC relacionadas aos seus serviços de staking, enfatizando o escrutínio regulatório que paira sobre o serviço.
Ayesha Kiani, COO do Grupo MNNC, destacou que por oferecer rendimentos, o staking de Ethereum é visto mais como um valor mobiliário. Essa visão motivou as gestoras a abrir mão do serviço.
Remoção do staking de ETFs de Ethereum divide opiniões
Naturalmente, a decisão de retirar o staking dos ETFs dividiu opiniões do mercado. Os defensores da indústria veem a remoção como um resultado positivo, já que a adoção pelos ETFs poderia diminuir a descentralização do serviço. Leo Mizuhara, fundador da Hashnote, expressou preocupação com a centralização em protocolos como o Ethereum.
Ele observou que os ETH em staking mantidos por ETFs poderia ter levado à centralização, semelhante à quantidade de Bitcoin (BTC) custodiada pela Coinbase em nomes dos 11 ETFs da criptomoeda.
Mizuhara acrescentou que a centralização de forças poderia desestabilizar o protocolo se surgirem problemas. Consequentemente, a ausência de participação em ETFs poderia ser benéfica para a estabilidade do Ethereum.
Nesta quinta-feira (23), a SEC tomará sua primeira decisão sobre um ETF de Ethereum, podendo aprovar o produto ou rejeitá-lo.
Source: CriptoFacil